O boxeur arremete pela multidão
os punhos cerrados como imagem interior
da ira mal calculada.
No seu caminho errante
sem se desligar do esgar iracundo
o boxeur jura ódio às pessoas;
é como se de repente
se achasse de outra espécie
e nos da espécie de que se demitira
retratasse ideal saco de boxe.
O boxeur sem sono recusava descanso
por mais que interiores vozes sussurrassem
o imperativo descanso
para amansar as mágoas.
Mas o boxeur
teimoso
achou numa lua adornada por penumbra
a certeza da violência.
Saiu-lhe má lotaria logo a seguir:
um discípulo do Dalai Lama
sentado ao lado no metro para casa.
Os murros prometidos
foram engolidos na sanha em que se lavou.
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