Não tenho
a medida das coisas
olhos com intermitências sapientes
a água fria em paredões delimitados
a secura precisa para temperar intempéries
nem sal bastante para avivar as feridas
ou lua que sobre para ser regaço sereno.
Não tenho
se não o cais necessário
os braços em aberta demanda,
como se fossem ramos de uma árvore matricial,
o perene eu que é uma metade
a bandeira hasteada no umbral sobranceiro
o abraço afogueado que aplaca os medos
as palavras que aprouverem em sussurro
as estrofes
que estilhaçam os alinhavos de outrora
e o mar singular
que entra pelos poros da janela.
E tenho
em urgente desembaraço
de lançar ao ermo sementes de musicadas flores
trovas esplêndidas
que são a maresia de um olhar
mãos veludo em afagos merecidos,
apenas com o limite do que é deslimite,
cadeiras sublimes em faustosas esplanadas
o vinho em celebração de um beijo
uma armadura
em convocatória dos impróprios tempos,
para domar tempos esses,
e o avesso do que não traz garbo
deixando que o esterno seja
sua própria apóstrofe.
sua própria apóstrofe.
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