O
Eldorado procura-se
entre
o restolho do inverno
e
as folhas verdejantes do jardim botânico.
Procura-se
e
se preciso for
esventrar-se-á
o chão com as próprias mãos
até
que sangrem se tiver de ser
em
consecutivas noites
até
de tanto porfiar
os
dedos aterrarem no desenho
das
almas escondidas.
Oxalá
que seja como é prometido,
o
Eldorado.
Tomara
não ser só um lampejo sem substância
um
armário quintessência
com
o vazio por dentro
um
delito sem remédio
por
continuada prevaricação
um
rio exangue alvo da aridez do estio.
Talvez
o fogo irreparável
traga
dentro de uma garrafa à prova de bala
em
amarrotado papiro
o
segredo na ponta de uma espada.
Oráculo
assim
desautoriza o lanço do Eldorado.
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