Fazemos
os paraísos
com
o mel dourado vertido das mãos.
Metemos
faca afiada
nos
perenes estalões da inquietação
caducando
a eternidade.
Vamos
aos rios fundos
os
rios caudalosos de águas geladas
e
trazemos as pedras fortes
que
servem de casa-forte.
Não
temos medo de nada
túrgidos
na emancipação das palavras
enquanto
dedilhamos o mapa das luzes.
Voltamos
aos paraísos fabricados
por
nossos dedos:
os
azuis desmaiados
folhas
de árvores caducas
um
mar inerte e sem beleza
o
céu embotado atrás de um sol ocultado
roupas
vestidas a preto e branco
rapazes
estroinas que adiam a lucidez
a
engrenagem gasta pela ferrugem do tempo
gente
sem serventia.
Não
interessam
os
matizes baços do quadro aos nossos olhos
se
decretarmos
com
força de imperativa lei
que
paraíso é o que quisermos que seja.
Tiramos
as mãos do bornal seu refúgio
e
desenhamos na humidade da noite
os
traços indeléveis dos paraísos.
Fizemos
os paraísos
como
nossa caução.
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