O incendiário
atento à
fogueira que cresta
nado-morto
deposto na clareira
onde as lágrimas
se usam para extinguir
o fogo.
Ao fundo
depois da alcantilada
ladeira
onde o
vale recebe os sedimentos
o vagaroso
rio traz nas mãos
as lágrimas
do incendiário.
Mistura-as
com os minerais volúveis
parafraseando
os alquimistas:
“a fórmula
certa não existe,
apenas um
palpite
uma bala
disparada na câmara escura.”
O incendiário
foge:
corre sem
parar
atravessa os
vales
à espera
de novos vales
desprende-se
das lágrimas
nos muitos
caudais banhado.
Foge dele
mesmo
à espera
de um fogo possante
que desfaça
em cinzas
a vergonha
impiedosa
em que seu
sono se consome,
que
liquefaça nos caudais dos rios
o
façanhudo esgar melancólico.
O incendiário
despojado das
suas artes
vê-se atirado
para os
braços salvíficos
do
nadador-salvador.