Na música compartilhada
uma combustão
uníssona:
na música
datada
as rugas
envernizadas;
na música
intemporal
o ensejo
de perenidade;
na música
redescoberta
o tributo à
lhaneza;
na música neófita
ambição
sem medida
(há
quem diga:
o
retardar do envelhecimento);
na música
improvável
o carimbo inesperado;
na música ímpar
a autonomia
da singularidade;
na música relâmpago
um beijo sísmico;
na música
mercadoria
a simplicidade
mundana;
na música
exótica
o quartel
da diferença;
na música
reinventada
um esboço
de começo;
na música
memória
o desapegar
das peias modernas;
na música
moderna
um subsídio
contra o passado.
Música atrás
de música
nos sentidos
apalavrados
sentida paga
contra os fogos ateados
sedimento
de um mundo entrado pelas mãos.