O
suor tingido de mar
nos
olhos réplica de lua
esbraceja
lugar entre os poros teimosos.
No
sufrágio do desejo
a
boca quente, faminta
arremete
como um lobo
sobre
a carne trémula que é teu corpo
retrato
de um corço não apavorado.
No
pináculo de um sonho
sinto
as veias efervescentes
que
vogam em teu caudal
sonho
em si puro.
Sorvo
da tua boca
a
saliva refúgio,
a
muralha
e
damos as mãos sobranceiras
pois
sabemos das desregras.
Sabemos
da loucura
que
dança nos corpos guerreiros.
Há
palavras ciciadas
um
tudo a que se afivela o momento
sua
perenização
como
se guardássemos o tempo
no
penhor das nossas mãos uníssonas.
Somos
césares
na
grandeza do exíguo terreiro
onde
triunfamos.
Temos
a manhã
por
fiel depositária da combustão dos corpos
na
demora desejada
na
volúpia que descarna as palavras,
insuficientes
para retratos fidedignos,
mas
sempre palavras-refúgio.
Sabemos
que conta
o
que contarmos como sortilégio,
o
osso fundo em forma de esteio.
Corremos
no
pêndulo da vontade que acomete.
Corremos
com
o vagar que nos manda
e
esquecemos os gramas do tempo
por
dentro do voraz desejo sem freio.
Somos
alpinistas indomáveis
e
nem alcantilados vãos nos retardam.
Em teu
campo florido
derramo
o albino suor.
Consumação.
E damos
as mãos:
somos
deuses
de
uma matéria perfumada
com
a nossa assinatura.
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