Não
pergunto nomes
não
conto silhuetas
não
fervo no restolho de trevas
não
sei do verbo proscrito
não
vejo as acácias moribundas
não
antecipo a ilha furtiva
não
tenciono a mortalha movida.
Não
digo não apenas porque não
no sim
que não é simulacro
apenas
dupla negação;
e se
as matemáticas regras colherem
uma
dupla negativa
soergue-se
no altar de um sim.
Não
digo aos girassóis a hora do entardecer
não
anoiteço no rumor das ondas
não
tropeço no ciciar das rolas
não
dou o avesso aos labirintos
não
mereço o imerecido
não
sou tudo o que nunca falei.
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