Recorto os
dedos da paisagem
na água indomável
do rio
no castigo
indolente da pedra alcantilada
no sossego
imposto pela genesíaca tela
o alimento
que se dá aos olhos.
Da
paisagem
recruto a
pequenez de mim
por mais
que a desenhe com os dedos túrgidos
por mais
que de olhos fechados a cante
e nas
estrofes vindouras tenha repouso.
Não reclamo
elegias
nem inverosímeis
enredos
ou fábulas
pueris:
altar é o palco
certo
uma escadaria
ao desafio
as mangas
sem cansaço
fotografias
incessantes e, todavia, singulares
cada qual
na protuberância de um lado
de um ângulo
escondido do olhar
deixando
à paisagem
desenhada ao longo da paisagem
o recobro
em extinção das angústias.
Paisagem em
postal belo,
sem o
embraço dos homens,
apenas paisagem
no néctar
da solidão
vertida
nos claustros da convalescença.
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