9.3.18

A ponte franzina

Uma ponte na meada do caminho.
Atravesso
ou tenho medo?

Vejo as fundações em ruínas
a ferrugem tomando conta dos corrimões
uma convocatória para a desgraça;
ou vejo
uma centelha a refulgir no epílogo da ponte
a vegetação radiosa
o ajuramentado paraíso
(e quem acredita em paraísos?).

Da ponte não sei segurança
nem concebo o retrocesso.

No jogo dos dilemas
os dados são esquinudos.
Antes atirar uma moeda ao ar
e saber a cor da sorte ou do azar
na mediana bota do bandido à discrição.

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