16.3.18

Planície

Desse dessa água a beber
a meus lábios insaciáveis
no sopé das acácias
e eles estornassem o estio desafiado
e as águas nadassem
entre as muralhas do inverno. 
Assaltasse os tesouros sem nome
no parapeito do sangue voraz
em sentidos penhores do arrependimento
só para sufragar as cadeiras vazias
e com meu corpo dar-lhes vida. 
Fossem poupanças
o verbo do meio
desalinhando os números exatos
bebendo das guitarras arranhadas
só para entesourar as estrofes fundas
o beijo demorado no alpendre da vida. 
E então
até a temível bancarrota
seria púlpito
as portas entreabertas
com a força da vontade.

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