21.3.18

Corda desatada

Imitação sem fundo
os bolsos fartos do esquecimento. 

Não tira sono a morte
que nela o sono já não importa. 

Mordo as paredes da bondade
e aprendo a agridoce ingenuidade. 

Mantenho as teimas
na estrutura em escombros feita. 

Dos espelhos na penumbra
retiro os versos tumultuosos. 

Na linha contrafeita da vontade
configuração imprevisível de um devir. 

Anoiteço com a alma leve
assenhoreando-me dos gramas em conta. 

Devolvo ao corpo ganhos sem número
na recusa do implacável dia consecutivo. 

Amanheço sem mordaças
o apetite inteiro pela úbere do mundo.

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