Na pira das vaidades
efervesce a cédula acostumada
o jeito a leito da exaltação
que deifica o eu.
São assim
os teatros não escritos
os profetas diligentes
os campeões sem taça
os verbetes ausentes de dicionários
os afluentes das garridas luzes compostas
os mastins que se mastigam
em emasculados marialvas.
Cedem-se espaços na rima estarola.
Se à noite se tirar o compasso
e da lua sobrar um eclipse
a soma confessa a vastidão de um nada,
atribulado cadafalso
para onde atirados são
rostos altivos mas à míngua de latitude.
Não peçam à lua resguardo.
Não peçam à noite esconderijo
(ou disfarce
a pretexto de um vulto acanhado).
Se de alguma coisa sabemos,
após transigência dos mundos apalavrados,
é que ao lume irremediável
estão as vaidades condenadas.
E às sombras
nem um módico de vaidade
acomete.