Dou à chave ignição
no visível entardecer
só à espera de uma flor
em prodigioso desabrochar.
Não conto com quimeras.
Espero pelo tempo capaz.
Não tenho da alvorada
uma medida sem proporção.
Apenas a quero
madrugada
ainda silenciosa
ainda não testemunhada
quase só minha,
estremunhada a madrugada.
Não é um pórtico da solidão
(como se podia ajuizar,
se fossem banais
as baias do juízo).
Do silêncio
hospedo a chave dos segredos,
dos que navegam no caudal meu
e precisam de fecundação.
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