Sonhei
que tinha a exaurido
a fonte dos sonhos.
Sonhei
que os sonhos
se dissolveram no meta-sonho,
o sonho em que com nada se sonha.
Por dentro deste sonho negação
soube-me num cais que era ilha
remota edificação no meio do mar
sem terra no termo da vista
cais órfão de fundações.
O sonho sem sonhos
– o sonho sua própria negação –
sugou por dentro o oxigénio
manutenência
improvavelmente gasto
no seráfico manto da mensurável textura
ao alcance dos dedos.
Sonhei
que já não tinha sonhos.
Afinal,
fora só um pesadelo.
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