1.11.18

Santuário

Não é pela miragem
que enfio o olhar sedento.
Venho ao mar
e saio de mãos lavadas
sei que são seu campanário
e das juras extraem minério refinado.
Não é pela miragem,
não.
As miragens
são como preces baças
estrofes descosidas do caudal
uma miríade de sítios imaginados
inférteis.
Contento-me
com as mãos lavadas
e o mar que repousa no meu olhar.
Quando tiver uma miragem no regaço
e souber 
que de matéria tangível é composta
deixo aviso a preceito.

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