14.11.18

Incomensurável

Dos juramentos hasteados
não tinha conhecimento. 
O baço nevoeiro pretérito 
travou o compêndio
e todo o cimento se estilhaçou
nos degraus atapetados a musgo. 
Não tinha do porvir
imagens fundadas.
Respirei fundo 
– como se estivesse à míngua
do enraizado, húmido húmus
do seu aroma acastelado
nas nuvens deitadas no chão. 
Amarelecido o corpo
não desisti das encomendas anotadas
em pergaminhos solenes
(aos que tinham 
a memória
como marca de água). 
Duvidei dos versos incompletos;
quis um tira-teimas,
pois incompletos pareciam sempre ser
todos os versos:
não era tempo para ontologia. 
Esquadrinhei as folhas gastas
perguntei aos ventos dominantes
insisti na serena hermenêutica da espécie,
sem dar o flanco às demandas escatológicas,
sem me perder nas complexas tardes
onde o pensamento, 
demorado,
especulava. 
O tempo amaciou-me. 
E nem assim
sei como se faz,
no que às lides diz respeito,
com o fantasma que adeja
com sua irrecusável espada
sobre o alpendre onde tudo é
imorredoiro tirocínio.

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