Tudo depende
das variáveis presas às bainhas
dos estamentos convertidos em lareira
das controvérsias emudecidas
das lógicas sem estirador por perto.
Tenho um saldo inequívoco
e joga a meu favor
(ou não fosse saldo).
Dos olhos estremunhados
de juízes anciãos
os cajados projetam-se à latitude vã
esperam as ovelhas tresmalhadas
em plenipotenciária deriva.
Desde as austrálias imaginadas
o mel da distância
e o rubor
do tempo que chega sempre antes.
Houvesse um dado a mais no jogo
e podia exigir prebendas
literatura só aclamada
viagens de avião
as diferentes cores das peles
resguardadas numa garrafa deitada
à posteridade
em mares contíguos
em mares interiores
de onde
em interiores deambulações
desenhasse os Cárpatos elegantes
as cordilheiras a perder de vista
e o vinho-néctar por companhia.
Houvesse um dardo a mais no jogo
e a ética em reboliço seria meu algoz.
Sobram as pedras de gelo
que se vertem em água derretida
e uma mão a amparar o copo:
às vezes
mergulhamos fundo
no fundo do copo
e deixamos o néctar-vinho
compor as estrofes.
Deixamo-las
compor os sonhos
que os próprios sonhos
querem sonhados.
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