Contabilidades não marçanas
no rebuço da consciência
em silenciosos exercícios diuréticos.
Balançam-se
os proveitos e os danos pretéritos
inscritos numa matriz dicotómica,
pretoriana:
a inventariação arrasta-se
para nada ficar perdido
na poeira do olvido.
Compulsadas as variáveis
o olhar atónito estende-se
nas folhas feitas inventário.
Implexa tarefa:
casos de difícil arrumação
não se sabendo
se são do lado do mais
ou do lado do menos;
mais ou menos
na lógica imperial das dúvidas arcanas.
Prefere-se salomónica resolução:
um terceiro género,
indiferente
ou indeterminado.
Nem assim se aplaca a complexidade.
As proezas e os danos
não se medem em números frios;
as proezas e os danos
valem diferentes pulsões
se medidas no termómetro das emoções
e avaliadas na matriz que os eventos sopesa.
Não sei ler o extrato de conta.
Talvez não interesse.
Leituras mais proveitosas ficaram à espera
com prioridade sobre o extrato de conta.
Folgo em saber.
Nunca foram o meu forte,
os números.
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