Poeira tóxica
instrumento de castração,
o pecado
que se abate sobre inocentes
a soldo de espirituais figuras.
Houvesse o decoro
de não julgar
se não os pessoais cometimentos
e o pecado
seria conceito ensimesmado
privativo de cada um
– e não a faca pendente
sobre a jugular dos outros,
pois são os outros
que sempre têm
pecados a expirar.
Desconfio
dos que, diligentes,
sentenciam pecados alheios:
são os que não ousam
aceitar os seus próprios pecados.
Pois os males
vivem melhor
agarrados aos esqueletos dos outros.
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