Do resmungão muro
já não caiado
embotado pelas tatuagens que o afeiam
vociferam os palpites sem quarentena.
É o úbere da indecência
o manjar que repugna os retos
o saldo das prebendas
o sal cristalizado no pensamento em síntese.
Talvez as peugadas
sejam um achado sem freio
vertigem hasteada nas asas dos meãos
as horas ímpares dos incansáveis cultores.
Se ao menos houvesse
a contradição
e do avesso sobejassem palavras hirtas
talvez os ultrajados
se reconciliassem com a indecência
e os prados desertos se enchessem de vestígios:
radiografias fossilizadas em esbatidas leiras.
As indecências perderiam a aura de indecência.
Ninguém o aceita o desiderato:
nem os decentes
(que perderiam a bússola de um combate,
habituados que estão
a ser contra até o contra)
nem os indecentes
(que desprezariam
a normalização da indecência).
É por isso
que a paleontologia se estabeleceu.
Sem comentários:
Enviar um comentário