Segue-se
ao cais amarelecido
onde
vêm receber amparo
os
navios fantasmas.
Do
cais tem-se a vista da casa sem telhado
–
a casa centrípeta que empresta o luar à cidade.
Dizem
que tem habitantes.
Dizem
que lá dentro
a
chuva não molha o chão.
Dizem
as lendas todas que a imaginação
concebe.
A
casa sem telhado respira as heras
que
trepam às paredes encardidas
enquanto
a luz diurna se insinua
entre
os seus cantos bolorentos.
Dizem:
que
os fantasmas se apoderaram
da
casa destelhada.
E
que são eles que teimam
em
deixar nua de telhas a casa moribunda.
No
refluxo do vento
entre
dois murmúrios de andorinhas assustadas
a
casa sem telhado emproa-se
desde
o seu lugar miradouro.
Dizem:
que
ninguém tem coragem
para
lhe consertar telhado
ou
para a encomendar ao túmulo do entulho.
Um
impasse,
é
o que é.
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