19.6.16

Os compadres

Uma dança de cadeiras,
estando os compadres em vociferações
apontada para o centro do terreiro
onde já houve uma sinfonia de melros.
Uma comadre chega o cobertor
que já faz frio à noite.
Grilos escondidos cacarejam uma cantilena
não distraindo os compadres da função.
Dizem más línguas
que aos compadres de rija tez
não importam os candeeiros apontados
nem os calos que se fazem duros
pois calculam,
com um atrevimento ímpar,
que não lhes apraz medir os humores alheios.
Entretidos na dança das cadeiras,
bolçando a bílis purulenta
de quem subiu à velhaca condição,
traduzem o linguajar desatinado
enquanto terçam vulgatas ao desafio.

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