29.11.17

Dobra

O sangue vazio
arrebatamento venal
de fio a pavio
no lúgubre canal.

Tirada furtiva
em escada gasta
mais ao jeito da estiva
na albarda casta.

Fuga adiada
cavalo errado
em página estonada
no entardecer apurado.

O selo invisível
candeia desmaiada
da palavra comestível
à mão amparada.

Proeza audaz
no corredor estouvado
migalhas do povo sequaz
sem o dobro perdoado.

O epílogo infinito
merecimento ajuizado
sem toga nem guito
no trejeito atordoado.

A manhã consequente
sem luz colhida
no tempo já ausente
na trova dantes vivida.

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