27.11.17

Taluda

Doses certas de qualquer coisa
no naipe pedido para a visita adiada
bolsos rotos no fundo fundido
a aleatória roda.

Que digam as palavras avulsas
pendentes de versos prometidos.
Que prometam a roleta sem russos
vigários das estrofes amansadas.

Tudo o que eu quero
é deitar os olhos no mar acetinado
levá-los no seio da nau ao alcance do olhar
sem saber onde ter cais
sem saber das sereias que ao mar se prometem.

Às vezes
espreito nos contrafortes do tempo
só para ver se é a sorte grande
minha, taluda diletante.

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