15.11.17

Venda

Fecho os olhos
– e vejo tudo.
Não são as cortinas embainhadas
que esbulham a lucidez.
Tenho o tento capaz,
matador sem armas
mas só das torpes coisas
que à porta dão.
Fecho os olhos
– e não vejo
o que assim me não dói
nem de dores assim sentidas
levo para contar.
Armadilhas tem-nas o vento
que se desarmadilha na luva macia
no opúsculo que não deixa o prelo.
Fecho os olhos.
Oxalá o sono
seja abrigo mirífico.

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