Posso
trazer na mão suada
a janela
dos tresloucados?
Posso
dizer não
aos engenheiros
da coragem?
Posso
ensinar
o leite
azedo em lume brando?
Posso
tirar do jogo
os reis e
as rainhas?
Posso ir
ao dia
no mais
descarnado de mim?
Posso beber
à espera
da estouvada madrugada?
Posso desaprender
os pactos?
Posso
alinhar as pedras frias
no rio sem
margem?
Posso
cantar os versos arrependidos
na miragem
dos campos sem mapa?
Posso apenas
verter no chão quente
as impróprias
incógnitas?
Posso
traduzi-las
em equações
adormecidas
em portas
sem número
em corpos desossados
em livros
sem rosto
em dedos
espontâneos
em cálices
frágeis
em camas
sem remorsos
em dias
sem adiamento?
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