25.9.19

Desalojamento

Rumorejo
na insaciável forma
que se agiganta
no ocaso do dia. 
As sílabas são murmuradas
no promontório visível
que não estremece com os ventos desassisados
em reprodução de um verbo de
insurgência,
soluço cinético da roda dentada interrompida. 
Acordo na manhã tardia
sem o silêncio por companhia;
ou sonho, 
a destempo,
que o tempo se adiantou ao sono:
parece que a maré virou
e venho citado num edital contumaz
à espera da cidade sem estorvos
à espera de me fazer suserano de um nada
e do paço centrípeto expresso o deslamento
e entoo as estrofes 
tingidas com o açúcar da minha boca.
À medida das desmedidas
penhor de nada
por nada 
ser o império de que sou caução.
O império
desenhado na frontaria de um rumor
onde se empenham as palavras tementes.

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