Amanheço
num itinerário sem gramática
o motim que não se intimida
com ordens falsamente benignas.
No itinerário
esboço as palavras e os silêncios
reinvento a gramática
depois de a esvaziar.
Tirei o dia para a sublevação
e até o meu sangue protesta
de tanto tumulto,
mesmo sabendo que não é presa;
mesmo sabendo
que é a compensação contra
os miradouros disfarçados de espionagem.
No dia findo
revejo o itinerário
e selo a marca registada
de uma gramática singular,
fundação que estiliza um devir.
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