O que mais gostava de ser na vida
era testemunha ocular.
Desprezava
os que se diziam
apenas
testemunhas:
faltava-lhes a parte do “ver para crer”
e não eram confiáveis,
em decorrência.
Estavam alijados da reputação
de quem é testemunha ocular,
o estamento mais elevado
entre as porteiras.
Dizia todos os dias:
a diferença entre uma testemunha
e uma testemunha ocular
é a mitomania daquelas.
Dizia-se,
enquanto passava ao lado
da sua porteira condição.
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