Sem regras.
O mar imponderável
seguido
de um imponderável mais fundo
enquanto as vozes sussurram
nomes inventados
o desmentido da erudição.
Fala mais alto,
o espontâneo,
traduz instintos sem algemas
e a vontade de romper a ordem
no rendilhado de ameias vertidas
na intemporalidade.
À primeira tentativa de regras,
o fautor condenado ao exílio;
essa é a única regra consentida
– a proibição de regras,
para além daquela que as proíbe.
Entreolham-se os confrades
à espera de um mote
à espera da refulgência da inspiração
que dê o mote
para a réplica ao mote de partida.
A exaltação dos espíritos lisérgicos
é uma combustão
a transcendência dos olhares a desmedo
o cerzir de palavras improváveis
num intenso fervilhar
em que se compõe o texto,
a múltiplas vozes.
No fim,
não sobra registo
a não ser a memória efémera dos confrades,
um pedaço sem marca do tempo.
E essa
é a segunda
e última
das regras consentidas.
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