Dito pelo avesso da lua
às vezes
como se doze fossem os anos
e uma pueril cócega
enxertasse o presente com ilusões
no madraço contemplar da gramática.
Tido por estroina,
que os varões sintomáticos
desaprovam a utopia,
desabotoei o corrosivo uivar
e fui para a rua
só para apreciar o movimento,
prova de vida,
talvez,
uma simplicidade ímpar.
As mãos emaranhadas
tropeçavam
em seus dedos trémulos.
Desse lisérgico esquecimento
validava as virtudes sem elmo
os povoados falares contra a tirania
a excruciante medida escondida
nos rostos disfarçados de iconoclastas.
Amaciei as águas frias
e delas
devolvi ao regaço
a idade sem pesares limítrofes
a boca sem freio,
deleitosamente cais,
o não temível verbo contumaz
estruturalmente órfão.
E soube ser eu
tão diferente do diferente
estalão de coisa alguma
rosto destinado ao anónimo
profeta sem audiência
dizedor da palavra vaga
no socalco da meia tarde.
Sem comentários:
Enviar um comentário