Persegui o divino
e ele de mim participou
às autoridades.
Alegou
não ter inventariado
sua presença
e que é de esperar
que o perseguido se sinta acossado
pelo perseguidor
e não o vice-versa.
Do paroxismo desta perseguição
vem à rede
uma intendência
(ou, melhor processando,
duas intendências):
numa perseguição
o predador
tem de ter os olhos na presa
e se ela não está à vista
não chega a ser
perseguição;
não é do foro da perseguição
se estiverem de avesso os papéis
e atrás do perseguidor
um fantasma brandir
o seu inexistir
como ameaça.
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