Dolosos
os destroços armadilhados
nos templos inacessíveis
onde se tornam forasteiros
os contumazes devedores da alma
na contrafação dos espíritos.
Os ossos falam mais baixo
sussurram
o vencimento do dia
à medida
que as pessoas desenham seus vestígios
e sem mossa
se recolhem aos aposentos.
É fim de semana,
exclama o operariado,
exausto.
Amanhã
será trunfo outra rotina;
um sábado escaninho
a desautorização das horas
um estribo para o avesso da alma
um lampejo de outra fadiga.
Os destroços
são sempre armadilhados
– sempre dolosos
(e,
não por acaso,
dolo
é anagrama
de lodo).
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