27.8.21

Aguarela dinamite

O leito 

onde o rio se faz rio

entre falésias que antecipam a morte

e o doce ciciar dos corços. 

Uma pequena balsa 

desenha-se no rio

sem medo das fragas escondidas

arrumando o estio no orvalho ainda matinal. 

As vozes sobem os penedos

alimentam-se nas arestas que ferem

mas não se intimidam com o precipício. 

Onde não há afoiteza diante de contratempos

não há possibilidade de vida

nem o frémito da vontade. 

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