24.8.21

Tecnologia

Arranquei a maldição

do meio do dia que estava. 

Outros arqueiam-se 

na superstição. 

Não digo

êxodo. 

Nem participo

com o meu corpo transido

na amálgama a que chamam

prazeres;

prefiro a enseada que se desenha

sob os poros que desinibem a respiração;

na moldura 

que se justapõe aos tempos contínuos

abraço os verbos repelidos:

nunca me achei capaz

de figurar no elenco

onde quase todos participam. 

Os vitrais animam a lucidez. 

Ecos distantes

convocam a pele destatuada. 

Não são os princípios que amparam um fim:

se soubesse com quantas candeias

se escreve o penhor

deixava-me estar sozinho

a um canto

para luzir o cenho descarregado,

o alvitre cheio de possibilidades

no mapa desarmadilhado de tempos erguidos. 

Entronco no grande bazar 

onde as vozes se reduzem ao murmúrio. 

Coroas sem marca 

marcam o cós do tempo. 

Ainda estou para saber

como se leem os versos famintos 

que correm no estuário desmaiado. 

Julgo 

que as palavras assim terçadas

explicam as águas termais do estuário.

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