1.9.22

Castelo

As manhãs correm no seu tempo. 

Cada feixe de luz

devora a letargia herdada da noite. 

Não são os olhos estremunhados

que depõem o dia emergente. 

De cada vez 

que as veias incendeiam o sangue

abre-se a escotilha por onde espreitam

os mais ácidos marinheiros 

da vida. 

Não se intimida o espírito

com os laivos de apatia somados ao tempo;

o fogo que levita no magma

cuida dos preparos do dia

inventariando-o como porta-voz

de um saber viver 

que não se aprende nos compêndios.

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