O que se joga depois,
as armas deitadas na vertical
dando estuque às paredes estilhaçadas,
e todas as luzes apontadas
ao luar seráfico que se agiganta contra o dia.
O que se joga depois:
as peças sublevadas
contra o despedaçado anfiteatro
por onde passam as artérias decadentes
o sangue vagaroso
as estrofes mundanas que se seguem
ao silêncio diligente.
Cortam-se a eito as arestas que doem
e fica o vazio
um imenso lugar à espera de paradeiro
à espera que o colonizem.
Não serei eu
o agente escolhido
que a minha vontade é indisponível
e da noite levo os cestos vazios
para depois neles juntar todas as mãos idas
e chamar ao medo os nomes mais feios.
Deixo a espada hasteada
para destroçar os peões,
a quem chamo mastins.
O que se joga depois
é só outro jogo à espera de vez.
As páginas
não são diferentes
de outrora,
contra as esperanças fermentadas
no melhor mel.
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