14.11.24

Altitude

Cotejo o robusto entardecer

à espera de a noite se deitar

vejo todos os rostos a empalidecer

 

e às horas que combinam o seu contar

roubo a rima que se admite conhecer

como se aos meros dedos o medo bastar

 

e no trono feito de amanhecer

das estrofes não se vão os homens fartar

até o luar nos corpos se enternecer

 

nos violinos que ao silêncio destinam matar

enquanto os amantes aceitam entontecer

e das dádivas se cristalizar um certo estar.

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