26.9.18

Procópio

Apanho as medalhas
o restolho venal
particípio passado com odor baço
e deixo o baço como legado
troféu da ciência estulta. 
Isso era 
quando tinha janela
e o rácio exultante
feitor da gargalhada do retrato alheio
sem reparar na gargalhada própria
com lugar cativo. 

Precisava de uma possibilidade de arnês. 

As causas são estéreis
quando se sufragam em certezas
num papel impecavelmente desamarrotado
na pele sem rugas
no levemente acidulado cultivo de frutos
com o amparo das divindades. 
Mas tudo isso eram agulhas
que cegavam a lucidez
não composta por lanternas resplandecentes. 

O arnês era a demanda:
para o abrir
e deixar cair o corpo na vertical
no muito provável 
exercício risível de mim mesmo.

Sem comentários: