De noite
sou o suor
dos meus sonhos.
A transparência
de paisagens sem contornos.
O bálsamo sem dores.
Confio
nos versos avulsos
no velado sono.
De noite
não respondo
aos ascetas encomendados.
Retiro
as vírgulas
dos nós no meio das orações.
Retiro
todo o agravo
nas sílabas à boca levadas.
De noite
levedo o pensamento.
Sem ónus nem equação.
Nada hipoteco
na véspera de o ser
a conselho da maré promitente.
E junto
com as mãos já não trémulas
as pilhas de páginas amontoadas.
De noite
refrigério do silêncio
arremato a doçura da manhã.
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