Armadilha-se o verbo
no logro de uma máscara
o sal ungindo todo o fingimento.
O verbo treslido
é a remitência dos vultos
e as absolvições são cortina baça.
O chão minado
disfarçado de piedoso paraíso
dá de si quando não tem remédio.
Dizem:
o verbo não precisa de armaduras
precisa de um enfeite mirífico.
E das armadilhas povoarem a gramática
já ninguém sabe do idioma
tudo parece ininteligível.
Salva-se o fardamento das palavras
o celofane que disfarça a escória
uma sinuosa estrada torpedeada por beócios.
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