3.9.18

Roda da fortuna

Como se garimpasse
a roda da fortuna
no sortilégio alinhavado
dos versos estatuídos. 
Empilhados nos armários arcanos
o desafio salubre
na modesta revista dos modos. 
Talvez fossem fungos
ou uma bolorenta camada
em sinal de terem sido treslidos
os copos combinados
onde repousava a bebida combustível. 
Não houve tempo
para embainhar as perguntas a preceito. 
Uma revoada de palavras
atropelando-se numa vertigem colapsar
tomou conta das rodas dentadas. 
A roda da fortuna
foi devolvida à procedência:
infecundo oráculo domado pela cegueira
sem o préstimo das coisas não servis.

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