26.4.19

Passerelle

Não sei de vésperas
nem de azedas nêsperas
e muito menos de esperas.

Do cunho musical
confere o suor umbilical
desenhado em paredes sem cal.

O azimute não passa de ardil
estafetas que se perdem no covil
na rejeição de palavras mil.

De noite ouve-se das aves o ciciar
em fala mais alta do que navios a porfiar
com a mão na madrugada a assobiar.

Do colóquio não sobeja grande lição
que a prosápia é não invejável consumição
no latejar que não espera perdição.

Da noite acena-se a despedida
e oxalá não seja a última partida
que na página dedilhada esmorece uma vida.

Consome-se a altivez diuturna
sem mais cicatriz taciturna
que não tem préstimo a urna.

Antes o peito ensanguentado
o relógio não contratado
o artesanal menear assustado.

A dança pertence à rua
pois a iridescência provém da lua
e alma nenhuma é como a tua.

Enfim dita o sossego tardio
que não importa ser vadio
se tudo se arquiteta em palco sadio. 

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