20.6.19

Alvorada


(Alvorada rasgando o Tejo, com a ponte como pano de fundo)

Olho o céu
que apresenta nuvens esfarrapadas. 
A madrugada espartilha-se
na tímida luz, ainda baça,
que a desapodera. 
As nuvens esfarrapadas
estão levemente tingidas por um rubor,
ainda emaciado,
o pressentimento da manhã. 
Detenho-me fixamente
neste horizonte que transborda,
levemente,
a quimera que é o reavivar do dia. 
Sempre soube
que a aurora,
mesmo não sendo boreal,
é um singular enriquecimento. 

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