16.6.19

Vida

“Recusar o ruído do mundo”, 
in “O Sopro”, de Tiago Rodrigues, 
Teatro Nacional de S. João

Se em dúvida persistir:
a trovoada é da vida
a as trevas ficam à guarda da morte.

No silêncio
(como se fosse conventual)
ferventa o húmus em que amanhece
a vida
destroçando a cortina espessa que esconde
a morte.

O mundo inteiro
não precisa de ser aval
da vida sem freios;
o seu ruído é dano
e o silêncio sua antítese
recolhimento em forma de fortificação.

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