30.6.19

Pensamentos TGV

Estou a tentar dormir.
Fecho os olhos.
Como quem fecha as janelas
ao pensamento.
E, todavia, 
o pensamento ferventa.
Os pensamentos passam à janela,
importunam-na.
Pensamentos mais rápidos
do que comboios de alta velocidade.
Tão velozes
que configuram uma mancha indistinta:
não consigo dizer
sobre o que são os pensamentos.
O sono postergado,
dedo apontado aos pensamentos
que continuam velozes
muito velozes
a importunar a tentativa de sono.
Não sei o que pensar.
Estava só a tentar dormir.

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