Sobre o mar
o verbo alado
consome o tempo.
Digo:
o mar é meu
por saber ser meu
o olhar que nele se detém.
Do mar intransigente
recolho a paciência
na impura condição assinada.
Digo:
o mar sou eu
pelo menos hoje
que tal se congemina a vontade.
E se ao mar deitar
o suor envernizado
resultam as garrafas órfãs
que encontram epílogo no areal.
Do mar ciciam
as garrafas não vazias
testemunhas da constelação de palavras
e de uma miríade de sentimentos.
E do mar
e ao mar
os revolvidos poréns
as seráficas visões
os destroços reavivados
os rostos inanimados
a esfíngica silhueta do mundo
com o arco-íris multiplicado
a um expoente sem conta
como verbete da rica
diversidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário