Convoco o estreito pulsar
o sangue avivado no termómetro da sede
em janelas revisitadas no ocaso invernal
e digo
sem pesar
que não sei de mim
se não no lado estrénuo em que sou
luar inteiro,
irradiado sobre o jardim de jasmim
onde se congeminam as pétalas do porvir.
Não sei do tédio
nem das gravatas de outrora
agora que me sei desabilitado
na desenfreada sede a que me dou
contra as probabilidades do medo.
Levanto os braços
recolho um pedaço do céu livre
e dele enredo as páginas vocabulares
os aromas válidos
e da boca
sei balbuciar uns versos estreitos
na síntese do sangue que amanhece em ebulição.
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