A primeira fila.
A dos mirones.
Testemunhas oculares.
Porteiras,
no sentido metafórico,
o pior de todos eles.
E se houver sangue,
mais salivam pelos danos da carne,
indiferentes à vítima
– indiferentes ao que serão,
quando sua for a hora certa.
Arrematam os ombros do lugar
para serem espectadores in loco
por cima dos corpos dilacerados
e esquadrinham cada pormenor
do quadro para eles opíparo
e eles
batalhão com as bocas ensanguentadas
leem a partitura do abjeto
dando-se à circunstância
do sarrabulho e das morcelas
da faena onde touros são malquistos
das transfusões em que medram
na apologia da bandeira datada
suada em sangue.
E eles
necrófagos de si mesmos
em antecipação
pois sua há de ser uma hora
em que seus féretros são expiados
pelos que dobram na festa vivente
– pelos que sobram na festa sobrevivente.
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